quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

ALMARAZ OU AZARÁS?

CENTRAL NUCLEAR DE ALMARAZ

O conflito, que ora se perspectiva entre os dois Países Ibéricos, não é recente pois dura já há alguns anos.
Como é sabido, os três grandes rios que atravessam Portugal nascem em Espanha e, segundo a Lei da Natureza, correm de Jusante para Montante o que significa que de Espanha virão as boas ou más águas, consoante o tratamento que lhes seja dado. O Rio Tejo entra em Portugal na confluência do Rio Sever - que nasce na Serra de São Mamede - mais propriamente na Barragem de Cedillo de Alcântara que divide os dois Países neste ponto. Já em Vila Velha de Ródão, ponto mais estreito de todo o caudal do Tejo, fica a Barragem de Fratel e, um pouco depois, a Barragem de Belver. Por isso mesmo, qualquer alteração que se venha a registar na qualidade das águas, durante o seu percurso até Lisboa, terá um impacto directo, e negativo, na sobrevivência das populações ribeirinhas e, correspondentemente, na economia local.
A Central Nuclear de Almaraz, cujo início de actividade data de 1981, deveria ter terminado a sua "vida" em 2010, curiosamente um ano antes do acidente da Central Nuclear de Fukushima e vinte quatro anos depois do acidente de Chernobil. Há quem defenda, mesmo em Portugal, que os reactores nucleares não têm prazo de validade, mas é preciso ver se "no conjunto está a operar em segurança".
Ao que sabemos, é isto que o Ministro do Ambiente Português pretende acautelar mas o Governo Espanhol, unilateralmente, prolongou a actividade de Almaraz até 2020, com as consequências eminentes ao funcionamento para além do prazo do material utilizado na sua construção e, não só não encerrou a Central como decidiu ampliar as instalações com a construção de um armazém de resíduos nucleares para urânio, material altamente radioactivo e perigoso, sem os necessários estudos do impacto ambiental com o vizinho Português. E aqui reside o perigo, e a contestação do Governo Português que pretende ser ouvido para salvaguardar os interesses nacionais, para já não referir o drama que será se houver um acidente. É que nós, os residentes por "estas bandas" temos pouca informação sobre o que fazer na sequência de um eventual acidente. Ou será que, à boa moda portuguesa, cada um, na altura, desenrascar-se-á como souber? Aguardemos os próximos desenlaces na sequência da queixa que Portugal irá fazer em Bruxelas, a qual poderá "agudizar" as relações entre os dois Países. É que, como diz o Povo, de Espanha nem "bons ventos nem bons casamentos", escrevo eu que...até sou bisneto de espanhóis.

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