segunda-feira, 27 de maio de 2013

OS OPINIONS MAKERS PROFISSIONAIS


Emitir opinião não é censurável. Todos nós o fazemos nos nossos círculos familiares e de amigos, com maior, ou menor, sustentação. Mas quando essa opinião é exposta nos meios de comunicação social "o caso muda de figura" pois tem uma outra dimensão. Estou a falar dos "opinions makers profissionais" que por aí vão proliferando e com a agravante de que são pagos para isso confundindo muitas vezes os mais incautos que, infelizmente, são a maioria. Basta estar minimamente atento para o confirmar.  Muitos apresentam-se como  se nunca tivessem tido responsabilidades, e contribuído, para onde isto chegou. Vêm de vários sectores, inclusivamente do Conselho de Estado, e...não são tão poucos como isso. Também o faço, estou consciente disso, mas a um nível que "nem aquece nem arrefece".
Vem isto a propósito da entrevista que o Professor Doutor João César das Neves concedeu ao Diário de Notícias, hoje publicada. Sem ter a presunção de pôr em causa o conhecimento académico e científico do entrevistado, não posso, todavia, deixar de  relembrar que este Catedrático é mais um a "mandar bitaites" como se "as enormes dívidas dos últimos vinte anos" não tivessem tido  os "alicerces" uns anos mais cedo, precisamente quando ele era Assessor do Ministro das Finanças, Miguel Beleza (1990) e Assessor Económico do Primeiro-Ministro, Cavaco Silva (1991-1995).
No entretanto, o que este eminente académico pretende é "tapar o sol com a peneira". Não o refere na entrevista mas escreveu-o, em Fevereiro de 2009, que, "há uma diferença entre o betão cavaquista e o socrático: a lógica económica. Nos anos oitenta o País estava atrasado e carente de infra-estruturas". Portanto, na sua óptica, justificou-se o gasto desenfreado dos dinheiros que chegavam "às resmas", sem olhar quem no futuro teria de o pagar. Exemplos são vários das obras levadas a cabo com dinheiros "dos outros": O CCB, a Expo 98, auto-estradas, que hoje se encontram vazias, e comboios às moscas, ou retirados de onde há pouca gente, de entre muitos. 
Mas há outra questão que não gostaria de deixar de citar quando afirma, a dado momento, que "quando uma geração concede a si própria benesses superior ao que pôs de parte, não se deve admirar que mais tarde isso seja cortado". Então Sr. Professor porque não alertou os seus "chefes", no devido tempo, que isto poderia acontecer e, desse modo, não teriam publicado as leis que permitiram os vários estatutos sócio-profissionais e remuneratório da Administração Pública e a lei que permitiu a Aposentação dos Funcionários Públicos com trinta anos de serviço, etc, etc, etc? 
É preciso descaramento, Sr Professor Doutor João César das Neves, afirmar, como já o fez, que "o Povo é que é culpado de viver acima das suas posses".
Não o escrevo, mas apetece-me lembrar o que o Almirante Pinheiro de Azevedo, Primeiro-Ministro, afirmou uma vez à saída de um Conselho de Ministros: "vá...".   


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