quinta-feira, 24 de outubro de 2013

ERGUEI-VOS LAGÓIAS

Numa manhã destas resolvi dar uma volta, a pé, pela cidade. Não dei o tempo por mal aproveitado. Há coisas que, por vezes tão perto delas, não observamos com o devido tempo e cuidado. Refiro-me, por exemplo, ao parque habitacional da cidade. É visível a sua degradação. Casas velhas a ameaçarem ruína são em número tão elevado que merecem uma atenção especial e necessitam de uma intervenção imediata. Naturalmente que não é fácil. Mas é um desafio que importa encetar para que não venhamos a ter ocorrências desagradáveis...como já aconteceu. E foi precisamente no coração da cidade que, neste fim-de-semana, encontrei “um velho companheiro dos bancos da escola” e que há muito não via. Como sempre acontece nestas ocasiões, levámos algum tempo a recordar o percurso levado por cada um, nos últimos anos. Passados esses preliminares, o meu “velho companheiro de escola” afirmou-me que era um portalegrense privilegiado. Admirado, perguntei-lhe a razão de tal afirmação. Retorqui-me que, vivendo há vários anos em Lisboa, só assiste de longe ao que por aqui se passa e, pontualmente, sofre com os lamentáveis episódios e ocorrências que em Portalegre se vão dando. Perante o meu ar estupefacto logo acrescentou que era visível a degradação de Portalegre, enquanto centro económico relevante do Distrito e a base de reflexão útil para o nosso futuro colectivo. Após um período em que Portalegre foi estimulante, no qual parecia querer ter uma palavra no desenvolvimento do interior durante a década de sessenta, diversos erros cometidos, assim como alguns dados objectivos, tornaram todo esse esforço incapaz de sustentação e num lugar onde os cidadãos mais novos não se realizam. As manifestações recentes dessa queda inapelável são algumas e tristes. Preferiu não as referenciar, pois são conhecidas de todos. Antes, quis referi-las sob uma formulação mais “elegante”. 
Sabes, disse o meu interlocutor, eu penso que:
- a estratégia de então cedeu à preguiça e à incompetência;
- a cooperação e a ambição derivaram para negociatas e rivalidades "paroquiais";
- a altivez burguesa passou a parolice provinciana;
- a fixação dos melhores e de maior potencial foi vencida pela sua fuga.
O desnorte foi, e vai assim acontecendo, um pouco por toda a parte desde os eleitos à administração até os intelectuais, aos partidos, às elites e, principalmente, aos jovens.
Após as despedidas, cada um se fez ao seu percurso. Meditei então nas palavras trocadas, com o meu “velho companheiro dos bancos da escola”, que me pareceram sensatas e actuais. Na verdade, a degradação não é só do parque habitacional. A degradação do colectivo é muito mais preocupante.
Por isso, o meu apelo às figuras de Portalegre que prosseguem nos seus pequenos territórios a sua actividade económica, social, investigadora e artística, aos “lagóias” que, espalhados pelo país e pelo mundo, souberam granjear reconhecimento - sem deixarem de manter um olhar atento sobre as suas origens - aos anónimos e clarividentes cidadãos de Portalegre, quer sejam “lagóias ou estrangeiros”, para encontrarmos forças para um grito de revolta individual e de um esforço de renovação colectiva. É que, perdoem-me as excepções, não podem ser aqueles senhores aparelhistas partidários, carreiristas políticos, representantes associativos à procura de protagonismo e agentes económicos a tratar dos seus negócios particulares os que moldam a nossa imagem e falam em nosso nome. É tempo de em Portalegre haver respeito pela liberdade e condições para derrotar a cobardia, o medo, o comodismo e de criar uma sociedade em que os poderosos não enriqueçam à custa dos desfavorecidos. 
Manuel Morujo
Nov.2004

sábado, 19 de outubro de 2013

DE QUEM É A CULPA?

Os PENSIONISTAS, principalmente os da Função Pública, são os grandes culpados da situação actual. Sim, essa GERAÇÃO que vagueia à superfície da Terra sem nada produzir, que se arrasta pelos cafés e pelas salas de convívio - quando não em GUETOS aguardando que um qualquer HADES os venha buscar ; sim, essa CASTA de malfeitores que mais não faz do que dizimar o ERÁRIO PÚBLICO para o qual nunca contribuíram; sim, essa ESTIRPE consumidora dos Serviços de Saúde que só se sente bem(?) a engrossar as filas dos Centros de Saúde e dos Hospitais; sim, essa OBSOLETA gente que anda em contra-mão pelas AUTO_ESTRADAS e pelas SCUTS, obrigando os automobilistas a circularem pelas estradas secundárias; sim, essa ARCAICA multidão que tem o descaramento de ajudar os filhos e os netos que, em vez de trabalharem ou estudarem, preferem viver "acariciando" os ascendentes; sim, o que andam por cá a fazer senão a contribuírem para o défice público, obrigando GENTALHA amiga, solidária e honesta a ajudar a sobreviver AGIOTASLARÁPIOS?  
Vamos DIZIMÁ-LOS reduzindo-lhes as pensões, aumentando-lhes os serviços essenciais, obrigá-los a comportarem-se como "gente crescida", e não como "crianças de terceira geração", de modo a sentirem o que "custa a vida". "Trabalhos forçados" para todos, que "dobrem a espinha", se "quiserem peixe, molhem o traseiro", se "quiserem bolota que trepem"....
É o que vocês, ESTIRPE ODIOSA, querem, mas a nossa resposta é esta: 
TOMEM

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

VAMOS TODOS BRINCAR ÀS CRIANCISES,

VELHARIAS, IDOSOS, PENSIONISTAS...
ESTÃO A FAZER DE VÓS CRIANÇAS MAL PORTADAS, POR GASTAREM MAL O DINHEIRO EM CHOCOLATES E GULOSEIMAS. POR ISSO, VÃO TER A MESADA DIMINUÍDA.


sábado, 12 de outubro de 2013

CORRUPÇÃO EM PORTUGAL? OLHE QUE NÃO.

Decorreu ainda pouco tempo desde que um eminente economista do F.M.I. afirmou: “se em Portugal não houvesse uma tão elevada taxa de corrupção, o nível de vida dos Portugueses seria idêntico ao dos Finlandeses”
Se adicionarmos a esta declaração as recentes entrevistas do Vice-Presidente da Câmara Municipal do Porto, 
à revista “Visão” e do Deputado João Cravinho, ao matutino “Público”, ficamos a saber que perverter, viciar, seduzir e subornar são termos do léxico Português, muito mais usados do que aquilo que imaginamos. 
Ou, escrito de outra forma, a CORRUPÇÃO anda por aí.
Na verdade, o primeiro, que é responsável pelo pelouro do Urbanismo, tem a coragem de afirmar ainda no exercício das suas funções que “negócios imobiliários financiam dirigentes, campanhas e partidos”. E vai mais longe ao denunciar que os pelouros do Urbanismo estarão a transformar-se nos “coveiros da democracia e os partidos nas casas mortuárias”, o que não deixa de ser motivo de grande preocupação, pois mostra-nos um regime podre e com promiscuidades preocupantes.
Mas a afirmação mais objectiva, elucidativa e surpreendente, de Paulo Morais, é que “o Urbanismo é, na maioria das Câmaras, a forma mais encapotada e sub-reptícia de transferir bens públicos para a mão de privados”.
Quanto ao segundo, que desempenha no Parlamento as funções de Presidente da Comissão de Economia e Finanças, afirmou, sem evasivas, que “nos últimos vinte anos nenhum Governo enfrentou, a sério, o problema da corrupção”. Vindo de quem vem esta frase, não deixa de ser elucidativo que há mesmo corrupção no País e que, ex - Primeiros – Ministros como Cavaco Silva, António Guterres e Durão Barroso, não criaram todos os mecanismos para evitar que esta “praga” se desenvolvesse. Recordo que, este antigo Ministro das Obras Públicas, já não é a primeira vez que, publicamente, aborda esta questão. Fê-lo, há uns anos, denunciando o que se passava na antiga Junta Autónoma das Estradas (J.A.E.), hoje Estradas de Portugal (E.P.), o que chegou a levar a Tribunal o antigo Presidente, Garcia dos Santos. Pouco se provou e o assunto caiu em esquecimento, por falta de provas.
Naturalmente que as afirmações referidas, em plena campanha eleitoral autárquica, levarão os cidadãos a pensar se a “doença” estará espalhada pelo território nacional ou se, por outro lado, está concentrada só nas grandes urbes. Todavia, a ponta do véu está levantada. Agora, deverão ser accionados os mecanismos para a execução de uma política nacional anti – corrupção, centrada na prevenção e inspecção por parte do Governo e na averiguação e obtenção de provas por parte do Ministério Público. O Povo Português deverá estar atento e não pode permitir que as assimetrias, entre os que dependem dos empregos - os eternos sacrificados - e os outros, que usam os poderes públicos, se acentuem. Temos tido alguns exemplos em que a justiça tem sido imparável, quando encontra provas, como nos casos recentes da Brigada de Trânsito e no caso conhecido como “as facturas falsas”. Se existe promiscuidade entre as diversas forças políticas, dirigentes, famosos escritórios de advogados e certos grupos empresariais, como afirmou Paulo Morais, urge pôr cobro, o mais rapidamente a esse estado de coisas, para que o regime não seja posto em causa. Os vestígios do corporativismo ainda são evidentes e, se não forem atacados, continuarão a arruinar o País. Por isso, o Governo não deverá ceder a interesses e movimentações que possam pôr em causa o regime democrático, sob pena de voltarmos a ser um País adiado e sem futuro. 
MANUEL MORUJO
(Publicado no Distrito de Portalegre em 16.09.2005)

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

MEIRA SOARES, SEM PAPAS NA LÍNGUA, "BATEU COM A PORTA AO GOVERNO"

Virgílio Alberto Meira Soares, Presidente da Comissão Nacional de Acesso ao Ensino Superior desde 1995 "bateu com a porta".
Brilhante aluno, na década de sessenta, no Liceu Nacional de Portalegre, tem um currículo invejável e a ele se deve, entre muitas coisas, o facto de ter criado a Escola Superior de Educação de Portalegre, nos princípios dos anos oitenta, quando era Secretário de Estado do Ensino Superior
FOTO DE 2001