quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

ZECA AFONSO PARTIU HÁ 25 ANOS

Faz hoje vinte e cinco anos que ZECA AFONSO deixou o mundo das trevas, o mundo dos vivos onde se vive a ANGÚSTIA, o SOFRIMENTO, a PERSEGUIÇÃO, a MOLESTAÇÃO, a EXPLORAÇÃO, a DESCONSIDERAÇÃO e o ARRASTAMENTO da humanidade para a FOME, para a MISÉRIA, para a SOBREVIVÊNCIA mais elementar. O Mundo está pejado de gente REPUGNANTE, EXPLORADORA E CORRUPTA.
Por isso, torna-se imperioso recordar o ZECA AFONSO, neste dia e sempre, através da sua mensagem e da sua voz:

O QUE FAZ FALTA É AVISAR A MALTA

 

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

O MUNDO DAS TREVAS


QUI DESIDERAT PACEM, PRAEPARET BELLUM, frase de origem latina que, na língua de Camões, significa QUEM DESEJA A PAZ, PREPARA A GUERRA. Que ironia do destino! Passados vinte e quatro séculos, parece actual. Que contradição tão grande!
Ao longo de séculos de história a humanidade viveu conflitos bélicos de vária natureza. E, se esses conflitos resolveram e definiram pontualmente a posição dos antagonistas, não deixa de ser certo que também transportaram, ao longo dos tempos, ódios e vinganças. Alguns exemplos foram as lutas entre Atenas e Esparta pelo domínio da Grécia (século V a.C.) e de Cartago e Roma pelo domínio do Mediterrâneo (séculos III e II a.C.); as Guerras levadas a cabo para a constituição do Império Romano (finais do século l a.C. e o século V d.C.); as Guerras que decorreram na Idade Média entre a queda do Império Romano e o século XV, período durante o qual se constituíram outros Impérios como o Bizantino. Este, que acabou por ser conquistado no século XV pelos Otomanos (Muçulmanos Turcos), permaneceu até ao século XX, após o fim da l Grande Guerra Mundial.
Lembremos ainda a Guerra dos Cem anos (1337-1453) entre Ingleses e Franceses, a Guerra dos Trinta anos (1618-1648) cuja origem esteve no expansionismo Francês, o mesmo que levou às campanhas Napoleónicas (1800-1815). Já no século XX, para além das duas Grandes Guerras Mundiais (1914-1918 e 1939-1945), conflitos como a Guerra Civil Russa (1918-1920), a Guerra Civil de Espanha (1936-1939), a Guerra Russo-Japonesa (1904-1905) com o objectivo de conquistar a Coreia e a Manchúria, a Guerra do Vietname (1960-1975) antiga colónia Francesa na Indochina em que o Norte, comunista, tentou apoderar-se do Sul, não comunista e apoiado pelos Estados Unidos da América. Mais recentemente, não devemos esquecer a Guerra Irão - Iraque (1980-1988), a Guerra do Golfo (1991), o massacre do Ruanda (1994) e a Guerra do Kosovo (1998). Poderia, quase interminavelmente, citar outros exemplos. Mas entendo ser evitável. Olhemos apenas o período que decorreu desde o final da II Grande Guerra.
O clima de hostilidade permanente entre os Estados Unidos da América e a ex-União Soviética, também conhecido pela Guerra Fria, levou a um estado de desconfiança e espionagem que, embora nunca tenha levado a uma guerra armada, criou uma nítida polarização do Globo que atingiu outras disputas internacionais, da qual se destaca o conflito Israel - Árabe. Este último, que dura desde 1948 - altura da criação do Estado Judaico, constituído por 80% de Judeus e 20% de Árabes - levou à divisão entre o mundo ocidental e o mundo islâmico. Culturas antagónicas, as quais se chocam nas suas práticas.
Depois de uma pequena retrospectiva rápida e elucidativa, a actualidade apresenta-nos convulsões e medos, dúvidas e verdades - com a total falta de dignidade e de respeito pela natureza humana - que deverá servir para reflectir sobre as regras que a cultura da interacção social desenvolveu, assim como a relatividade entre o Bem e o Mal. Onde está a verdade, se é que ela existe, no acto de praticar a guerra? Efectivamente, o choque de civilizações, que é evidente ao longo da História da Humanidade, só por si não justifica o que aconteceu, que acontece e que acontecerá, certamente. Em muitas circunstâncias as perspectivas de vidas nulas leva a que as pessoas sejam mais receptivas às influências do fanatismo, nomeadamente o religioso. E, este fanatismo, não se combate fazendo a guerra. Combate-se, isso sim, contrariando as situações de pobreza, de exploração do homem pelo homem, de respeito pela dignidade humana e pelos direitos do ser humano. Não é fazendo a guerra por um lado e não apoiando as populações indefesas e miseráveis, por outro. Não é fortalecendo e enriquecendo as indústrias de armamento e farmacêuticas por um lado e, por outro, assinando tratados de cessação de corrida aos armamentos sem eficácia. Provavelmente, a solução só será encontrada quando o homem se destruir a si próprio. E quem nos garante que já estivemos mais distantes disso acontecer?

(Manuel Morujo)
SEMANÁRIO FONTE NOVA 10.11.2001

domingo, 12 de fevereiro de 2012

UM DIA NA VIDA DE UM PORTUGUÊS, NUMA GRANDE URBE


Bem cedo acordou, como ha­bitualmente, gemendo e prague­jando por ser mais um dia de trabalho. Enquanto ouvia um barulho familiar que vinha do resto da casa, onde a mulher num corrupio ralhava com os miú­dos para que se apressassem e, ao mesmo tempo, lhes preparava o lan­che, foi-se lavar e vestir, repetin­do os gestos diários. Olhando-se ao espelho, via um parvo a olhar para ele a perder a juventude confirmada pelos poucos cabelos grisalhos que teimavam em aparecer.

Passado algum tempo, saiu de casa com a mulher e os filhos a reboque. E logo perdeu a paciência porque um dos elevadores estava avariado e o outro tardava em chegar. Finalmente, exclamou. Lá entraram no carro e a mulher, uma vez mais, disse-lhe que o carro estava indecente e como foi possível deixá-lo chegar àquele estado. Ele, nem lhe respondeu.


Chegados à escola, ali deixou os filhos. De seguida, abriu o rádio que começava a dar as notíci­as. Ficou ainda mais maldisposto pois a temática do noticiário era sobre a crescen­te poluição, a seca, a fome, a SIDA, a violência doméstica e as guerras. O trânsito emperrava e logo culpou o Governo por não resolver aquele cancro, apesar de ser do partido em que votara. Afi­nal são todos iguais, disse para a mulher. O que eles querem é po­leiro e depois estão-se borrifan­do para os contribuintes honestos, acrescentou. Pois, porque sendo empregado e não podendo fu­gir aos impostos, via os ricos ainda gozarem com os tansos como ele.

Minutos depois, deixou a mulher no empre­go e, um pouco mais à frente, parou o carro. Apressadamente, chegou ao seu local de trabalho. Como sempre, e após mais de duas ho­ras de ter acordado, ouviu mais uma reprimenda do chefe, que aguardava já a sua chegada. Ansiosamen­te, desculpou-se, uma vez mais, com o trânsito caótico com que todos os dias tinha de lidar.

Durante toda a manhã o te­lefone tocou e, já quase à hora de almoço, ainda não tinha entregado ao chefe o que este lhe pedira. Aproveitou a saída dos colegas, e da telefonista, para completar o trabalho. Este, concluído, deixou-o na secretária do chefe e saiu  para a rua cheio de fome, em direcção a uma tasca onde almo­çava, habitualmente, e que já es­tava cheia àquela hora. Por isso, teve de comer de pé uma sopa e uma sandes de paio ou lá o que era aquilo.

O resto do dia foi, como nor­malmente, muito atarefado. Quando deixou o local de trabalho já a noite se avizinhava e iniciou o circuito inverso, depois de apa­nhar a mulher e os filhos. A hora de jantar, tardia como sempre, serviu para que os filhos, cansa­dos e agitados, discordassem do "menu". Foi preciso pôr ordem na mesa, com a mãe a dizer que não se pode comer só bifes, hambúrgueres ou pizas.

De seguida sentou-se no sofá com o jornal que tinha com­prado ao almoço, enquanto a mulher arrumava a cozinha e os filhos estavam no quarto agar­rados à consola de jogos. Final­mente, os dois viam a televisão em sossego, até porque os miú­dos, cheios de sono, não tarda­ram a meter-se na cama. Mas foi por pouco tempo pois a noite já ia avançada. E e o amanhã era outro dia. Cansado, e com sono, foi-se deitar. E SONHOU, SONHOU UMA VEZ MAIS QUE:

A demagogia, as promessas impossíveis e a má fé tinham sido banidas da publicida­de, libertando as pessoas da pressão esmagadora e aniquiladora das vontades e das consci­ências;

Os meios de comunicação social, em especi­al as televisões, tinham tomado consciência do seu papel de informa­dores, e de formadores, das socieda­des e que passavam a nortear a sua actuação por critérios de qualidade e de utilidade, em vez da lógica das audiências que ni­velam por baixo;

A todos os tra­balhadores tinham sido propor­cionadas condições de higiene, segurança e saúde nos seus lo­cais de trabalho e que os servi­ços públicos passariam a cum­prir a sua função;

O tão propala­do desenvolvimento e progresso era uma realidade, com um ver­dadeiro ordenamento do territó­rio que impedisse as assimetrias regionais, o crescimento desme­dido das cidades e a desertificação dos campos;

Era possível andar mais devagar, às ordens da vida, respeitando os ritmos biológicos do universo, ter tem­po... para ter tempo;

SONHOU, e continuou a SONHAR, pois a realidade a que aspira só é possível concretizá-la em...SONHOS. Até quando…


sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

domingo, 5 de fevereiro de 2012

1966 - PR E ESTUDANTES DE PORTALEGRE

DEIXO À VOSSA CONSIDERAÇÃO A IDENTIFICAÇÃO DOS FOTOGRAFADOS, PARA ALÉM DOS DOIS "FIGURÕES" DO ANTERIOR REGIME, AMÉRICO TOMÁS E SILVA PAIS (DIRECTOR DA PIDE). 
COMO ÉRAMOS USADOS, PARA CONSUMO INTERNO! POIS, PORQUE ESTA FOTO, COMO OUTRAS, FOI PUBLICADA NAS PRIMEIRAS PÁGINAS DOS JORNAIS DA ÉPOCA.
        
SOUSEL - 18 DE MAIO DE 1966

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

BIG BROTHER À PORTUGUESA

Segundo notícia hoje avançada pelo Correio da Manhã, "os pagamentos com cartão de débito e de crédito vão ser controlados pelas Finanças. O objectivo é reforçar o combate à fraude e à evasão fiscal".
Já há um ano atrás, também veio a público a ideia do Governo fazer constar, no Cartão de Cidadão, a profissão, com a intenção de se poder saber quem é Funcionário Público, Médico, Bombeiro, Engenheiro ou Jornalista e que actos profissionais pratica.
Num País em que existem:
milhares de hectares de terras para cultivo abandonadas;
milhares de quilómetros de auto-estradas desertas; 
milhares de milhas marítimas para pesca ainda sem exploração;
minas de ouro e outros metais para exploração;
dois estaleiros navais fechados;
uma siderurgia e várias unidades fabris desactivadas;
vários estádios de futebol sem inquilinos (público) e
um exército de desempregados, muitos dos quais com um futuro incerto, até para se alimentarem, 
seria possível também identificar quem: 
enriqueceu indevidamente?
corrompeu e foi corrompido?
influencia e é influenciado?
tem cartão de crédito, pago pelo erário público, para utilizar com amigos e amigas? 
vive abaixo do limiar da pobreza ou na solidão? 
Já agora, e de modo a obter mais receitas fiscais, porque não taxar as vezes que se vai à casa de banho e lavar os dentes por dia? 
E, no limiar das circunstâncias, porque não criar um sistema para controlar e taxar as "quecas" que os Portugueses dão?
Creio que nem George Orwell foi tão longe ao escrever o Big Brother.  


quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

POBRE CIDADÃO CAVACO SILVA


QUEM ME DERA TER DINHEIRO PARA... COMPRAR AQUELE BOLO-REI

O cidadão Aníbal Cavaco Silva e a cidadã Maria Cavaco Silva declararam quase um milhão de euros de rendimentos, em 2010, em declaração entregue no Tribunal Constitucional.

http://ptjornal.com/201201244996/economia/cavaco-silva-declarou-quase-um-milhao-de-euros-de-rendimentos-em-2010.html