quinta-feira, 25 de outubro de 2012

PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS RUINOSAS

Foi hoje tornada pública a notícia de que o FMI concluiu, na apresentação do relatório da quinta revisão do memorando com Portugal, que "são precisos mais esforços adicionais para consolidar as contas e impulsionar o crescimento".
Apesar de ainda nem tão pouco ter sido discutido o OGE/2013, já se estão a adivinhar mais sacrifícios para os Portugueses. Até quando, é a pergunta que se coloca e que não terá qualquer resposta sustentável...porque ninguém sabe.
Todavia, não foi por falta de alertas, nomeadamente do Professor Medina Carreira e, principalmente do Dr. José Gomes Ferreira, que com bastante acuidade e assiduidade denunciaram o que poderia acontecer neste rectângulo  virado para o Atlântico.
Por isso, parece-me oportuno rever a peça que passou na SIC em 31 de Maio do corrente ano, sobre as PPP (Parcerias Públicas – Privadas), cujo autor, Gomes Ferreira, informa, preto no branco, o que se passou e qual o resultado desta gestão ruinosa que encaminhou o País e a enorme maioria dos Portugueses para o ponto onde nos encontramos. 





segunda-feira, 22 de outubro de 2012

É PORTALEGRENSE O TRABALHADOR MAIS EFICIENTE DA BAYER

BRAVO LINO MIGUEL, PARABÉNS
Quase a completar 41 anos, o Portalegrense Lino Miguel Dias foi considerado o trabalhador mais eficiente de entre os 111.799 funcionários da gigante alemã Bayer, tendo-lhe sido atribuído, por isso, o Prémio Bayer LIFE Award 2012.
Licenciado e Doutorado em Engenharia Química pelo Instituto Superior Técnico, é casado com a Mafalda (possuidora de idêntica formação académica), pai de quatro filhas (a Filipa ainda não tem um mês) e está na Bayer há quase 11 anos, para onde foi na expectativa de por lá ficar três ou quatro anos, pelo menos, para "aprender alguma coisa", onde ocupa, actualmente, a posição de Global Product Manager na sede da Bayer CropScience.
Para o responsável da Bayer, Marijn Dekkers, o Lino Dias "demonstrou verdadeiramente o significado da eficiência: gerir recursos de forma inteligente, focar-se em actividades que criam valor e acelerar boas tomadas de decisão".
O nosso conterrâneo, que tem passado por distintas áreas na Bayer, fala fluentemente seis idiomas e por isso viaja por todo o Mundo participando em vários projectos na Europa, no Brasil e na Região Ásia-Pacífico.
Para quem o conhece desde os tempos de infância, não é de estranhar que tenha chegado tão alto na sua carreira profissional, apesar de ainda novo.
Amigo de infância do meu filho Ricardo, e Padrinho de baptizo do meu filho Nuno, é com extrema emoção, satisfação e orgulho que constato que o Lino foi distinguido como o melhor de entre os seus pares.
Para a Mafalda, Arminda e Cláudia os meus parabéns, assim como uma nota de recordação para o Pai, Vitório, que teria o maior dos orgulho em ter podido viver este acontecimento.
E, já agora, espero que o Srº Presidente da República, assim como a Srª Presidenta da Câmara de Portalegre se lembrem de, nos próximos dias 10 de Junho e 23 de Maio, respectivamente, lhe atribuir as condecorações que este Portalegrense, e Português, merece.   
Manuel Alberto Morujo
NOTA: A fonte de informação, para a elaboração do texto, foi o artigo da Jornalista Mafalda de Avelar publicado no Diário Económico do dia 22 de Outubro de 2012.



sexta-feira, 19 de outubro de 2012

O QUE NOS FEZ CHEGAR AQUI, À CRISE?

Por falta de um cravo, perde-se a ferradura;
Por falta de uma ferradura, perde-se o cavalo;
Por falta de um cavalo, perde-se o cavaleiro;
Por falta de um cavaleiro, perde-se a batalha;
Por falta de uma vitória, perde-se o reino e, tudo isto,
Por causa de um simples cravo.
Benjamim Franklin (1706-1790)

Quiçá estejamos todos a viver um dos períodos mais conturbados da nossa História, o pior na opinião de muitos.
Quando há 38 anos a Revolução dos Cravos nos criou expectativas de uma vida melhor, a inversão da tendência da inclinação do território para o litoral com a já, apesar de ténue, desertificação do interior, a diminuição do enorme fosso entre ricos e muito ricos (poucos apesar de tudo) e pobres (muitíssimos), de nos podermos aproximar dos países desenvolvidos da Europa duma forma progressiva, mas com consistência…“béu-béu-béu pardais ao ninho”, muitos de nós, a maioria certamente, estaria longe de imaginar que o novo século nos iria fazer cair no “Mundo das Trevas”, no abismo sem fundo à vista, desiludidos, com receio do futuro e a começar a fazer lembrar o pós Guerra do racionamento, das doenças, das epidemias.
Cenário pessimista e confrangedor, horroroso e calamitoso, próprio de “Os Velhos do Restelo”, pensarão alguns dos que me lêem. Mas, se meditarmos um pouco, a realidade actual está mais tendendo para o que escrevo, do que para outro caminho.
Muito se tem escrito, se escreve e se continuará a escrever sobre o tema “O que nos fez chegar aqui, à CRISE”, considerando este (ou estes) e aquele (ou aqueles) os grandes culpados – sim, pois há culpados - por termos chegado a este abismo sem fundo à vista, repito.
Na verdade, o edifício da esperança prometido em 25 de Abril foi mal supervisionado pelos “engenheiros” pois utilizaram cal, em vez de cimento, e argila, em vez de tijolos. Desde logo, nos alicerces colocaram arames, em vez de ferro e o tempo, as intempéries, acabaram por fazer ruir o edifício que tão bem tinha sido arquitectado.
Culpados, repito, há muitos. Mas, em meu entender, há um mais do que todos os outros pois governou (?) em “tempo de vacas gordas”, durante dez anos. E já lá vão mais quase sete anos em Belém.
Poderia trazer aqui um sem número de exemplos daquilo que entendo, como cidadão no pleno gozo dos direitos civis e políticos, foi causador, em grande parte, do que hoje estamos a viver.
Vejamos um exemplo:
Em Novembro de 1986 foi criada a Comissão para o Estudo do Sistema Retributivo da Função Pública a qual tinha como principal objectivo “elaborar um Livro Branco sobre os Regimes Remuneratórios praticados na Administração Pública, Central e Local. 
Presidida pelo Prof. António Sousa Franco, integrava ainda os Drs. Nascimento Rodrigues, Isabel Corte Real, Manuela Ferreira Leite e Roberto Carneiro, de entre outros, esta Comissão iniciou funções em 15 de Janeiro de 1987 e, seis meses depois, em 15 de Julho de 1987 entregou o Relatório Sobre o Sistema Retributivo da Função Pública que documentava muito bem o que se praticava em termos de remunerações quer fixas, quer acessórias e suplementos, assim como o número de funcionários que se cifravam em 468.625 no activo (389.191 na Administração Central e 79.434 na Administração Local), para além de 140.000 pensionistas da CGA.
O que veio a seguir, até finais de 1996 pelo menos, foi viver à grande com os dinheiros vindo do exterior. O país era um “oásis”, um exemplo de modernidade com a construção de estradas, viadutos, Universidades e Institutos Politécnicos, edifícios, de raiz para as Juntas de Freguesia e Câmaras Municipais, Empresas de Formação para ”armazenarem” grande pecúlio, empresas estrangeiras a instalarem-se com dinheiros dos fundos comunitários, criação das cinco CCDR (Comissões de Coordenação de Desenvolvimento Regional, Institutos Públicos e Comissões de Acompanhamento e de Estudo, a “torto e a direito” para servir “clientelas” e, o mais grave de tudo, a destruição da Agricultura e das Pescas.
No referente à Administração Pública, os funcionários aumentaram para os quase 700.000, em finais de 1995, e os pensionistas da CGA, para os mais de 270.000.
Mas, apesar do texto ir longo, não posso deixar de referir que, após o Relatório a que anteriormente fiz referência, passaram a ser como “bandos de aves” os Regimes Especiais. Recordo-me de na altura, quando desempenhava funções de responsável pelos Recursos Humanos na ARSP (Administração Regional de Saúde de Portalegre), de só aqui serem OITO.
A saber:
- Pessoal Dirigente (em 3 anos tiveram aumentos a rondar os 100%);
- Médicos;
- Enfermeiros;
- Técnicos Superiores;
- Técnicos Superiores de Saúde:
- Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica;
- Técnicos Sanitários;
- Serviço Social.
E, já agora, não gostaria de terminar sem perguntar: Que culpa teve a grande maioria dos Portugueses que agora tem de pagar as asneiras daqueles que contribuíram para uns poucos se “amanharem”? Que raio de justiça é esta que não incrimina quem tanto mal fez ao País e à maioria dos Portugueses?  



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