quarta-feira, 14 de outubro de 2015

POEMA DE RAUL CÓIAS DIAS

Essa coisa da Fé perdi-a há uns anos. Mas respeito quem continua a revelar-se com Ela, cujo exemplo tenho perto de mim. Passei a procurar a esperança de uma maneira introspectiva, o que me leva muitas vezes a recordar factos e ocorrências, verdades e inverdades, traições e coligações, falsos amigos e amigos. Muitos destes últimos, poucos felizmente, são exemplos que procuro entender e seguir, quer estejam ainda entre nós, quer nos tenham deixado para irem para um lugar onde, mais dia, menos dia, para lá iremos todos. Há pouco lembrei-me do Raul e, mais uma vez, sinto um prazer enorme em partilhar um poema dele:
REVELAÇÃO
Curvo-me sobre mim e comovido,
Registo o pensamento no papel,
E as palavras revelam-me o sentido,
Do meu destino, doces como mel.

Tudo quanto aqui tenho vivido
Sonhos, alegrias, lágrimas de fel,
Não passa de um milagre repetido,
Sem que Quem o fez, se me revele.

Mas descubro estas pequenas maravilhas,
Versos de uma ternura branda e singular,
Como o sabor dos beijos das minhas filhas,
Ou da suave mansidão das ilhas,
Em noites, de muito amor e de luar.
E vejo então que és tu, Senhor, e brilhas!











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