sexta-feira, 24 de novembro de 2017

O BURACO DO OZONO

As estações de televisão fazem tudo para cativarem o maior número de telespectadores. Cada uma mostra o que pode e o que tem. Sem olharem a meios, nem a fins, recorrem-se dos Zés e das Marias que se disponibilizam, duma forma discutível, a participarem em manifestações providas de mau gosto. Só o dinheiro, e a fama que possam obter, poderá servir de atenuante àqueles actores sem guião. Sim, porque este despudor a que se chegou é feito em prol das "guerras de audiências".
Mas o mais curioso é que há público que adere com curiosidade, e babado, na expectativa de poder ver participantes a darem uma "queca" em directo...ou em diferido. E, se há algum público que entende como forma de coragem o facto de os "actores" se disponibilizarem a ausentar-se do resto do mundo durante algum tempo, já para outros não deixa de ser degradante, e até chocante, o que já se presenciou.
Mas nestes dias de Verão, por sinal bastante quentes e os últimos do século, trouxeram-me à memória outra questão. Trata-se de "o buraco do ozono" a que, naturalmente, as televisões não prestam a mesma atenção pois não estimula audiências, nem patrocinadores. 
Assunto sem interesse, dirão alguns, talvez não tanto, dirão outros.
Pois é. Desde os anos sessenta que alguns cientistas têm vindo a alertar para o facto do cloro, presente nos clorofluorcarbonetos, poder destruir a camada de ozono, na sequência de uma reacção química (monóxido de carbono) com um dos três átomos de oxigénio que compõem o azoto. Aqueles gases, que poderão permanecer na atmosfera durante mais de cem anos, atacam o azoto. 
O que está a ocorrer nos Pólos Norte e Sul, no Ártico e no Antártico, com icebergs à deriva cada vez maiores, é o principal indicador de que as condições climáticas estão a mudar e será irreversível o aumento das temperaturas na Terra.
Cientistas que acompanham este fenómeno há muitos anos tiveram, há pouco tempo, o ensejo de verem o maior iceberg jamais visto pelo Homem. Foi detectado no Mar de Ross, no Hemisfério Sul, perto da Nova Zelândia. Para ficarmos com uma ideia do seu tamanho, podemos imaginar um bloco de gelo com 295Kms de largura e 37 Kms de altura. E, segundo a previsão dos cientistas, outros de maiores dimensões poderão surgir em tempos mais próximos, tanto mais porque o buraco do ozono não pára de aumentar e, consequentemente, as temperaturas na Terra.
Mas ao lado "bacoco" deste País o que interessa são os espectáculos tipo..."pimba" que as televisões nos oferecem pois, quando não é futebol ou novelas, são filmes de qualidade duvidosa ou tele-jornais com imagens repudiantes nas horas das refeições e a exploração dos sentimentos pessoais.
Mas tudo isto não deixa de ser o reflexo da sociedade dos nossos dias na qual a humanização, e não só, pouco existe. 
A vergonha deixou de ser uma referência, o despudor impera, a ostentação não incomoda. Tudo gira à volta da falsidade, da mentira e do poder do dinheiro, com o objectivo de distrair as "massas"!
Todavia, não deixo de me questionar: e quando chegará a geração que ponha termo a tudo isto? 
Talvez um pouco de gelo glaciar fizesse bem àqueles que comandam o destino da humanidade e, bem depressa, tomassem medidas corretoras  antes que seja tarde...se não for já tarde demais. 

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