segunda-feira, 13 de junho de 2011

MATA CÁCERES DEMITIU-SE

FINALMENTE, O VENDEDOR DE ILUSÕES, VAI-SE

(Quem vier atrás, que feche a porta)

Para quem me acompanhou na Comunicação Social, desde 2001, poderá confirmar agora que tudo o que escrevi não eram "atoardas", nem tão pouco falsas questões. Eram apenas, e mais nada, leituras antecipadas daquilo que estava à vista de todos e que poucos tinham a ousadia de comentar, publicamente. E isso custou-me caro, com a constante degradação da minha imagem, única e exclusivamente por gostar da minha cidade. Em contra-partida nem uma palavra de solidariedade, até mesmo daqueles que, em termos ideológicos, estavam perto de mim.
Por isso, quero deixar aqui e agora um pequeno texto, dos muitos que escrevi e publiquei, onde claramente denunciava o caminho que Portalegre estava a levar. Foi em Novembro de 2004:

Erguei-vos “lagóias”

Numa manhã destas resolvi dar uma volta, a pé, pela cidade. Não dei o tempo por mal empregue. Há coisas que, por vezes tão perto delas, não observamos com o devido tempo e cuidado. Refiro-me, por exemplo, ao parque habitacional da cidade. É visível a sua degradação. Casas velhas, a ameaçarem ruína, são em número tão elevado que merecem uma atenção especial e necessitam de uma intervenção imediata. Naturalmente que não é fácil. Mas é um desafio que importa encetar, para que não venhamos a ter ocorrências desagradáveis, como já aconteceu.
Enquanto centro económico relevante do Distrito e base de reflexão útil para o nosso futuro colectivo, Portalegre teve um período estimulante no qual parecia querer ter uma palavra no desenvolvimento do interior, durante a década de sessenta. Mas diversos erros cometidos tornaram todo esse esforço incapaz de sustentação, o que fizeram da Cidade um lugar onde os cidadãos mais novos não se realizam. As manifestações recentes, dessa queda inapelável, são algumas e tristes:
- a estratégia de então cedeu à preguiça e à incompetência;
- a cooperação e a ambição derivaram para negociatas e rivalidades paroquiais;
- a altivez burguesa passou a parolice provinciana;
- a fixação dos melhores e de maior potencial foi vencida pela sua fuga.
O desnorte foi e vai assim acontecendo um pouco por toda a parte, dos eleitos à administração, dos intelectuais aos partidos, das elites aos jovens.
Na verdade, a degradação não é só do parque habitacional. A degradação do colectivo é muito mais preocupante.
Por isso, o meu apelo às figuras de Portalegre que prosseguem nos seus pequenos territórios a sua actividade económica, social, investigadora e artística, aos “lagóias” que, espalhados pelo país e pelo mundo, souberam granjear reconhecimento sem deixarem de manter um olhar atento sobre as suas origens, aos anónimos mas clarividentes cidadãos de Portalegre, quer sejam “lagóias ou estrangeiros”, para encontrarmos forças para um grito de revolta individual e um esforço de renovação colectiva. É que – perdoem-me as excepções – não podem ser aqueles senhores dos aparelhos partidários, carreiristas políticos, representantes associativos à procura de protagonismo e agentes económicos a tratar dos seus negócios particulares os que moldam a nossa imagem e falam em nosso nome. É tempo de em Portalegre:
-demolir os prédios velhos e dar lugar a novas edificações;
-do respeito e da liberdade derrotarem a cobardia e o medo;
-de criar uma sociedade em que os poderosos não enriqueçam à custa dos desfavorecidos.   
(Manuel Alberto Morujo)

NOTA: A minha contribuição posterior, como cidadão, foi a da publicação dum Manifesto, a tentativa da criação dum Movimento de Cidadãos do Norte Alentejano e a realização do 1º Forum do Norte Alentejano, no dia 8 de Julho de 2006, que o Autarca, agora demissionário, tudo fez para que ele não se concretizasse. Aos que se lembram disto, confirmarão agora de que lado estava a razão. Aos que nunca souberam da existência destas minhas iniciativas, terão, oportunamente, a possibilidade de as conhecer.

       

2 comentários:

  1. Até que enfim a pressã já estava alta e com o tempo ia explodir, amigo dos gordos dos pobres punha-se a milhas agora que vá pintar macacos para casa

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  2. As soluções do senhor Manuel para desenvolver Portalegre são 3, nomeadamente:

    Demolir os prédios velhos e dar lugar a novas edificações!
    Respeitar a liberdade e derrotar a cobardia e o medo!
    Criar uma sociedade em que os poderosos não enriqueçam à custa dos desfavorecidos!

    E aqui esta a chave para o progresso da cidade! Derrubar as casas no centro histórico para construir mamarrachos da moda…e depois é só seguir as duas outras medidas do politicamente correto…e está feito! Portalegre entrará na era do desenvolvimento e nunca mais será a mesma!

    Caro cidadão, existe pessoas com aptidões para tudo, a sua parece que fica muito aquém de debates sobre estratégias de desenvolvimento regional e de Portalegre em concreto, mas em compensação deve ter muito jeito para umas boas guitarradas!

    Boa Sorte!

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