sexta-feira, 10 de junho de 2011

QUE HIPOCRISIA, QUE DESPUDOR.

Ouvi, com a maior das atenções, o discurso hoje proferido pelo Presidente da República. O que foi dito, não podia deixar de ser tão contraditório entre o que foi a prática e o que hoje são palavras de circunstância.
Afirmou, a determinado momento, o mais  "Alto Magistrado da Nação":
«Está na hora de mudar de atitude, de desenvolver uma estratégia clara de revalorização do interior do País, incentivando e apoiando o espírito indomável daqueles que aqui vivem e trabalham» fazendo notar mais adiante que  foi o «menosprezo dos poderes públicos pela realidade do interior», que obrigou gerações inteiras a deixar as suas terras, tornando Portugal «um país desequilibrado, um território a duas velocidades», com um interior com grandes potencialidades na agricultura, mas sem capital humano.
Nem a propósito: ainda não passou um mês que escrevi, neste espaço - e fazendo referência à recepção que o Presidente da República fez a trinta jovens Empresários Agrícolas - o seguinte:
É bom recordar agora que, a individualidade que hoje "defende a prioridade para a produção agrícola", foi Primeiro-Ministro entre 1986 e 1995, período durante o qual a produção agrícola Portuguesa sofreu um decréscimo anual de 3,1%, em termos reais (as variáveis são avaliadas com base nos preços de base, que resultam da soma dos preços no produtor, com os subsídios líquidos aos produtos e os subsídios ao produtor).
O resultado foi que, desde a adesão à U.E., a produção agrícola interna cresceu menos do que a oferta alimentar, estando assim na origem de um défice alimentar crescente ou, por outras palavras, de uma redução do grau de auto-suficiência.
(Manuel Alberto Morujo)

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