terça-feira, 13 de novembro de 2012

CORRUPÇÃO? PARECE QUE HÁ

O texto que se segue foi escrito em Setembro de 2005 
Decorreu ainda pouco tempo desde que um eminente economista do Fundo Monetário Internacional (F.M.I.) afirmou “se em Portugal não houvesse uma tão elevada taxa de corrupção, o nível de vida dos Portugueses seria idêntico ao dos Finlandeses”.
Se adicionarmos a esta declaração a recente entrevista à revista “Visão”, do Vice-Presidente da Câmara Municipal do Porto Paulo Morais, ficamos a saber que perverter, viciar, seduzir e subornar são termos do léxico Português muito mais usados do que aquilo que imaginamos. Ou, escrito de outra forma, a CORRUPÇÃO anda por aí.
Na verdade, Paulo Morais, que é responsável pelo pelouro do Urbanismo, tem a coragem de afirmar, ainda no exercício das suas funções, que “negócios imobiliários financiam dirigentes, campanhas e partidos”. E vai mais longe ao denunciar que os pelouros do Urbanismo estarão a transformar-se nos “coveiros da democracia e os partidos nas casas mortuárias”, o que não deixa de ser motivo de grande preocupação pois mostra-nos um regime podre e com promiscuidades preocupantes.
Mas a afirmação mais objectiva, elucidativa e surpreendente de Paulo Morais é que “o Urbanismo é, na maioria das Câmaras, a forma mais encapotada e sub-reptíiciamente de transferir bens públicos para a mão de privados”.
Vindo de quem vem esta frase, não deixa de ser elucidativo que há mesmo corrupção no País e que ex - Primeiros – Ministros como Cavaco Silva, António Guterres e Durão Barroso não criaram todos os mecanismos para evitar que esta “praga” se desenvolvesse.
Naturalmente que as afirmações referidas, em plena campanha eleitoral autárquica, levarão os cidadãos a pensar se a “doença” estará espalhada pelo território nacional ou se, por outro lado, está concentrada só nas grandes urbes. Todavia, a ponta do véu está levantada. Agora, deverão ser accionados os mecanismos para a execução de uma política nacional anti – corrupção, centrada na prevenção e inspecção por parte do Governo e na averiguação e obtenção de provas por parte do Ministério Público. O Povo Português deverá estar atento e não poderá permitir que as assimetrias, entre os que dependem dos empregos (os eternos sacrificados) e os outros que usam os poderes públicos, se acentuem. Temos tido alguns exemplos em que a justiça tem sido imparável quando encontra provas, como no caso recente da Brigada de Trânsito e no caso conhecido como “as facturas falsas”. Se existe promiscuidade entre as diversas forças políticas, dirigentes, famosos escritórios de advogados e certos grupos empresariais, como afirmou Paulo Morais, urge pôr cobro, o mais rapidamente, a esse estado de coisas para que o regime não seja posto em causa. Os vestígios do corporativismo ainda são evidentes e, se não forem atacados, continuarão a arruinar o País. Por isso, o Governo não deverá ceder a interesses e movimentações que possam pôr em causa o regime democrático, sob pena de voltarmos a ser um país adiado e sem futuro.
(Manuel Alberto Morujo) 

O vídeo que se segue foi divulgado em Junho de 2012


(Paulo Morais)

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