quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

FUTURO, COM FUTURO...SÓ PARA ALGUNS

Procurar a razão, do ser ou não ser, torna-se um exercício deveras atraente e simultâneamente surpreendente se, por hipótese ou dedução, considerarmos que estamos rodeados de energúmenos e hipócritas que, à falsa fé e pelas costas, praticam os actos que nos levam ao desespero,  transformando-nos em seres enraivecidos por não podermos (ou não querermos?) alcançar a serenidade e o conforto que nos foi prometido. Mesmo no que toca aos mais crédulos, o horizonte apresenta-se cinzento, até mesmo negro.
Quando há quase quarenta anos nos foi prometido que o tempo da miséria passaria a ser um tempo de progresso e bem-estar e o Povo jamais seria explorado e enganado, a enorme maioria acreditou e empenhou-se, com maior ou menor visibilidade, para que fosse atingido esse desígnio.
Mas os Homens são feitos de matéria diversa e, em alguns, há imensos neurónios que entram constantemente em curto-circuito, o que os leva a mentir e a praticar actos contrários ao prometido. 
Reconheço que os tempos se tornaram difíceis desde o princípio do Século XXI e que os sucessivos Governos não souberam (ou não quiseram?) tomar as medidas que se impunham para não chegarmos a este ponto. E também reconheço que o actual Governo herdou uma situação deveras preocupante. Como sempre, em situações semelhantes, aparecem os agiotas quais salvadores do infortúnio que novamente veio ter connosco, como aconteceu nos anos vinte do Século passado. 
Todavia, a partir de 1984 (O.I.D - Operação Integrada de Desenvolvimento) vieram muitos milhares de milhões que, em vez de terem servido para "plantar sementes produtivas", serviram para "plantar alcatrão e cimento" permitindo o enriquecimento de muitos "patos bravos" e decisores que passaram a mostrar "sinais exteriores de riqueza", os quais continuam, impunemente, a circular ostensivamente sem que lhes seja pedida responsabilidades pelo caminho, e sacrifícios, para onde levaram os Portugueses.
Volto a referir que o actual Governo herdou um "fardo pesado". Mas se os anteriores foram responsáveis por criar o buraco onde chegámos - e os verdadeiros responsáveis directa ou indirectamente estão catalogados - porque motivo não são aqueles julgados e penalizados, em tempo útil, para evitar todos os sacrifícios actuais (e os que virão a seguir)? Certamente por ser mais fácil ir pelo caminho dos impostos directos e indirectos, o que leva a sociedade Portuguesa a ter cada vez menos dinheiro para desenvolver a economia, consequentemente diminuindo a produtividade e aumentando o número de desempregados.
Voltámos assim aos anos cinquenta e sessenta com a necessidade de os Portugueses (os que ainda podem) abandonarem as terras do interior para o litoral e até procurarem outros destinos internacionais. Mas desta vez a situação é mais grave: muitos dos que partem são aqueles cujos progenitores fizeram sacrifícios para lhes dar uma formação superior. O País também investiu neles. Entretanto, como não têm onde trabalhar, irão produzir riqueza em Países onde, posteriormente, Portugal irá às compras.
Mas não posso deixar de colocar a seguinte questão: O actual Presidente da República, quase a completar sete anos em Belém (e mais dez como Primeiro-Ministro) não actou em devido tempo para evitar o desmoronamento do País, porquê? Estava distraído a ver a Nau Catarineta, o Centro Cultural de Belém, a Ponte Vasco da Gama, a Agricultura e a Pesca a definhar e os Jovens Licenciados a emigrarem? Cito o Padre António Vieira:
"...vedes as vexações dos pequenos, vedes as lágrimas dos pobres, os clamores e gemidos de todos? Ou o vedes ou o não vedes. Se o vedes, como o não remediais? E se o não remediais, como o vedes?"
  


                     
         
   

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