quinta-feira, 6 de outubro de 2016

A IDA À FEIRA DAS CEBOLAS...NOS ANOS 50 E 60

Viver o presente e aguardando o futuro, mas sem esquecer o passado, é uma forma de sentir a vida. As vivências, levadas à reflexão, não são mais do que lembrar o "eu" e tentar saber o motivo por que aconteceram assim e não de outra maneira. Nos anos cinquenta, e sessenta, a população do Concelho de Portalegre aguardava, ansiosamente, o mês de Setembro e com ele a Feira das Cebolas. O comércio florescia nesses três dias que a Feira durava e os Feirantes faziam, também, grande negócio. A Rua do Comércio, assim como a Rua Cinco de Outubro, passando pelo Rossio e subindo até à antiga Escola da Fontedeira era um "fervilhar" de gente que se prolongava até altas horas da noite. Todavia, era quando nos aproximávamos do Plátano que sentíamos os primeiros indicadores que por ali havia "festa", com as "barracas" do torrão de Alicante e os rebuçados de ovos, assim como as primeiras sugestões para as crianças, as quais causavam as primeiras dores de cabeça aos Pais. Ó Mãe, eu quero um balão e um chupa-chupa dos grandes, ao que a progenitora respondia "compramos ali mais acima, são mais bonitos". E surgia a primeira beiça. Andando um pouco mais, começava a ouvir-se o barulho a aumentar, o som de música e o apregoar das(os) feirantes.



Não tardava, surgiam os primeiros aglomerados de cebolas e alhos, melancias e melões, não faltando os cestos de verga e as escadas de madeira para a apanha da azeitona que, não tardava, estava a chegar. 


E entrava-se no Jardim Público, o Jardim da Cascata eternamente para muitos, onde, de um lado e de outro, as "barracas" apinhadas de gente vendiam o mais diverso material. Aqui freguesa, "temos as últimas novidades vindas do estrangeiro", "compre qualquer coisa para a menina ou para o menino". No meio, junto a um dos muitos candeeiros de iluminação, uma senhora vendia algodão doce e também controlava uma máquina com a cara de uma bruxa, que, por dez tostões, lia a "sina" de um(a) mais ousado(a) que se aproximava. "Ó freguês, não quer disparar um "tirinho" ou atirar três bolas para ver se acerta nas latas, dá sempre prémio", convidava uma "feirante bem apessoada" e que, normalmente, tinha muitos fregueses.



E, finalmente, chegados ao local da diversão, o som era ensurdecedor. Mais uma voltinha no Carrocel, dá para o menino, para a menina e para toda a família, ouvia-se alto e bom som quer do Araújo quer do Alegria. Entretanto, um som mais forte surgia: era do "poço da morte" onde arrojados aventureiros em cima de uma moto, ou de um carro, enfrentavam as leis da física. E no recinto dos "carrinhos de choque", depois de alguma espera, lá chegava a vez de ir dar uma volta com aquela postura de condutor tipo o "acima, abaixo". Ó amigo, gritava alguém do avião prestes a levantar voo, pode por uma música do Paul Anka? E ouvia-se no altifalante, "não levanta, então puxe a alavanca.


E a noite já ia alta depois de várias subidas, e descidas, pelo recinto da Feira. 
Mas faltava algo ainda. Numa das laterais do Jardim, o cheiro a óleo quente era intenso. Os "massa-frita" (assim eram conhecidos os Portalegrense) faziam longas filas para saborearem as delícias da Famíla Mamede que fazia as melhores farturas, e malaquecos, jamais saboreadas, acompanhadas de um "cafézinho de balão".
E lá íamos para casa, felizes e contentes, por mais um evento que marcava a vida dos Portalegrenses...no tempo em que Portalegre era uma Cidade.>Viver o presente e aguardando o futuro, mas sem esquecer o passado, é uma forma de sentir a vida. As vivências, levadas à reflexão, não são mais do que lembrar o "eu" e tentar saber o motivo por que aconteceram assim e não de outra maneira. Nos anos cinquenta, e sessenta, a população do Concelho de Portalegre aguardava, ansiosamente, o mês de Setembro e com ele a Feira das Cebolas. O comércio florescia nesses três dias que a Feira durava e os Feirantes faziam, também, grande negócio. A Rua do Comércio, assim como a Rua Cinco de Outubro, passando pelo Rossio e subindo até à antiga Escola da Fontedeira era um "fervilhar" de gente que se prolongava até altas horas da noite. Todavia, era quando nos aproximávamos do Plátano que sentíamos os primeiros indicadores que por ali havia "festa", com as "barracas" do torrão de Alicante e os rebuçados de ovos, assim como as primeiras sugestões para as crianças, as quais causavam as primeiras dores de cabeça aos Pais. Ó Mãe, eu quero um balão e um chupa-chupa dos grandes, ao que a progenitora respondia "compramos ali mais acima, são mais bonitos". E surgia a primeira beiça. Andando um pouco mais, começava a ouvir-se o barulho a aumentar, o som de música e o apregoar das(os) feirantes.







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