Não é preciso ser muito letrado para saber que o desenvolvimento do País tem sido inversamente proporcional, ao aumento do défice público. Nem tão pouco especialista para concluir que o peso do Estado asfixia esse desenvolvimento, nomeadamente, com o aumento incontrolável da despesa que é inversamente proporcional à diminuição das receitas, consequência primeira da fuga ao fisco. Qualquer vulgar cidadão, deste País, sente que não tem havido um desenvolvimento assente num planeamento correcto do que se pretende fazer, assim como a definição duma estratégia mobilizadora que agregue a vontade de todos no processo de superação da crise, que terá tido início nos anos oitenta com uma situação similar à que hoje decorre e que levou, na altura, à intervenção do F.M.I. (Fundo Monetário Internacional).
Os ciclos de crise acontecem em Portugal, com uma certa regularidade e, mesmo assim, o poder político parece nunca querer aprender com o passado. Mais grave é, quanto a mim, o facto dos dois principais partidos, o Partido Social - Democrata e o Partido Socialista, terem tido a primazia de nos terem (des)governado, nos últimos trinta anos e surgirem sempre, quando estão na oposição, a criticar quem está no Governo pelos mesmos erros e atitudes daquelas que tiveram, quando governavam.
Com atitudes, como estas, certamente que o país dificilmente recuperará do fosso em que caiu. Pensava eu, ainda há poucas semanas, que a classe política se tinha mentalizado que havia a necessidade de se unir em torno de reformas necessárias à recuperação e desenvolvimento do País!!! Nada de mais romântico, constato agora. O que nos resta é apertar o cinto, esperar que a crise não pior e que a realidade e o pragmatismo surjam algum dia, de modo a sentirmos orgulho de “viver neste espaço à beira-mar plantado”.
Manuel Alberto Morujo
(Junho de 2005)
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